Uma parcela significativa de pacientes com CPNPC estádio II/III não pode receber o tratamento padrão com Radioquimioterapia (RT/QT) concomitantes, devido à comorbidades pré-existentes ou deterioração clínica. Sem a Quimioterapia concomitante, contudo, a eficácia da Radioterapia convencional é reduzida.
Este estudo foi desenhado para determinar se a Radioterapia hipofracionada acelerada com IGRT (RTHAIG) pode melhorar a sobrevida global (SG) em pacientes com CPNPC que não podem receber o tratamento com RT/QT concomitantes e que, tradicionalmente receberiam Radioterapia com Fracionamento convencional (RTFC).
103 pacientes com CPNPC estádio II e III foram randomizados para RTHAIG (60 Gy em 15 frações) versus RTFC (60 Gy em 30 frações). Eles tinham que ter escala de performance status de Zubrod >= 2 , mais de 10% de perda de peso nos últimos 6 meses ou serem inelegíveis para RT/QT concomitantes. O endpoint primário foi SG em 1 ano.
Não houve diferença estatisticamente significativa de SG em 1 ano entre os grupos (37.7% [95% CI, 24.2%-51.0%] para RTHAIG versus 44.6% [95% CI, 29.9%-58.3%] para RTFC. Também não houveram diferenças em sobrevida mediana, sobrevida livre de progressão, tempo para falha local e metástases à distância e toxicidades >= grau 3 entre os grupos.
Na análise de subgrupos, houve tendência à melhora nas taxas de recorrência local e metástase à distância no grupo da RTHAIG, resultando em menos mortes por CPNPC. Contudo, houve quase 3 vezes mais toxicidade grau 2 (esofagite e dispneia), o que pode ser considerado crítico nesta população de pacientes com desempenho ruim, reiterando a importância da seleção de pacientes para o esquema hipofracionado.
Por fim, o estudo foi desenhado para mostrar a superioridade do esquema hipofracionado (que não foi atingida) e não tem poder para mostrar equivalência entre os esquemas, fazendo com que o hipofracionamento com IGRT com a dose de 60 Gy em 15 frações deva ser considerado com cautela, em casos selecionados.