Muitas vezes usamos palavras e expressões que, para nós, são bastante familiares, mas nem tanto para nossos pacientes e seus familiares.
Colocaremos aqui algumas que consideramos as mais comuns nos consultórios:
Na Primeira Consulta:
– Tumor – qualquer “massa anormal” surgida no corpo, pode ser benigno ou maligno;
– Neoplasia – sinônimo de tumor (termo mais técnico);
– Câncer – tumor ou neoplasia maligna, doença com potencial de crescimento e de se espalhar pelo restante do corpo (metástases);
– Metástases – é quando o câncer se espalha, atingindo outros órgãos no paciente, distante do local onde se originou.
No Diagnóstico:
– Biópsia – procedimento que retira parte (pedaço) do tumor para análise e define o diagnóstico (câncer ou não);
– Anatomo-patológico – análise feita após a retirada completa do tumor através da cirurgia, geralmente confirma o diagnóstico feito pela biópsia, mas também pode modifica-lo;
– Imunohistoquímica – análise mais detalhada do tumor, trazendo seu perfil molecular, pode ser realizada na biópsia ou no anatomopatológico.
No Tratamento:
– Radical – indica o tratamento definitivo, com a intenção de eliminar o tumor;
– Neoadjuvante – indica um tratamento que virá antes da cirurgia, com intenção de diminuir o tumor e deixar a cirurgia mais fácil;
– Adjuvante – é um tratamento que vem após a realização da cirurgia, com intenção de diminuir recorrências do tumor, seja local ou sistêmica;
– Paliativo – o tratamento perde seu objetivo de cura, a intenção é controlar sintomas e dar o maior conforto possível ao paciente.
Existem também outros termos específicos de cada tipo de tratamento, colocamos aqui os principais:
Na Oncologia Clínica (tratamento sistêmico):
– Quimioterapia – drogas levadas pelo corpo com a intenção de destruir as células cancerígenas (citotóxicos), as formas mais comuns de administração são orais e venosas;
– Hormonioterapia – na verdade acontece um bloqueio hormonal, que busca inibir o crescimento do câncer pela retirada do hormônio da circulação, ou pela introdução de uma substância com efeito contrário ao hormônio (antagonista).
– Imunoterapia – tratamento mais atual que visa “fortalecer” o sistema imune do paciente para que ele possa identificar melhor as células doentes e por seguinte eliminá-las;
– Terapia Alvo – são drogas que visam genes ou proteínas específicas das células cancerígenas ou de células relacionadas ao desenvolvimento do câncer, possuem uma especificidade grande, atingindo pouco as células sadias.
Na Radioterapia (tratamento locorregional):
– Radiação Ionizante – é toda forma de radiação que carrega energia suficiente para arrancar elétrons dos átomos; traduzido para a medicina, é quando a radiação é capaz de realizar quebra de ligações químicas;
– Radiobiologia – ramo da biologia que estuda a interação da radiação ionizante com as células e os tecidos vivos;
– Tratamento Convencional ou 2D – aquela radioterapia mais antiga, com planejamento baseado em radiografias (raio-X);
– Tratamento Conformacional ou 3D – radioterapia mais atual, sendo seu planejamento baseado em tomografias.
– Tratamento IMRT/VMAT (intensidade modulada do feixe) – evolução da radioterapia conformacional, capaz de esculpir e conformar melhor a dose de radiação, além de maior proteção dos órgãos próximos ao tumor.
– Radioterapia Guiada por Imagem ou IGRT – forma de verificação através de imagens no momento da aplicação do tratamento, de forma a garantir o local exato da radiação.
– CBCT: tomografia de feixe cônico, é um tipo de IGRT, utilizada no momento da aplicação do feixe de radiação para se verificar o posicionamento correto do paciente.
– Braquiterapia – forma de radioterapia em que a fonte de radiação é colocada junto ao tumor, através de aparelhos específicos, e pode ser utilizada em diversos casos, mas os mais comuns são os de colo uterino e de próstata.
– Gray (Gy) – é a unidade padrão da radioterapia, que traduz a dose de radiação absorvida pelo corpo humano, para aqueles mais íntimos da física 1Gy = 1 joule/quilograma;
– Fracionamento Convencional – tratamento com um fracionamento diário de 1.8 a 2Gy/dia, o mais consagrado pela literatura;
– Hipofracionamento – utiliza um fracionamento maior 2Gy/dia, diminuindo assim o número de dias necessários para o tratamento completo, mas não é aplicável a todos tipos de tumores e pacientes;
– Radioterapia Ablativa Estereotáxica ou SBRT – aqui são entregues altas doses de radiação, maiores que 5 Gy por fração, em uma ou poucas aplicações (geralmente até cinco).
– Radiocirurgia – é a radioterapia ablativa estereotáxica em uma fração, utilizada para tratamento de tumores cerebrais (geralmente metástases).
– Radioterapia estereotática fracionada craniana – é o uso de doses ablativas estereotáxicas em mais de uma fração.
Finalizando o nosso glossário, colocamos aqui alguns termos mais técnicos, relacionados aos objetivos dos tratamentos:
– Sobrevida Global: é a chance de o paciente estar vivo, em determinado período de tempo;
– Sobrevida Livre de Doença: é a chance de o paciente estar vivo e sem doença, também num determinado período de tempo;
– Remissão: significa que os sinais e sintomas do câncer estão reduzidos ou ausentes. A remissão pode ser parcial ou completa, quando todos os sinais e sintomas do câncer desapareceram;
– Recaída, Recidiva ou Recorrência: são termos utilizados para indicar o ressurgimento do câncer no paciente, geralmente após o término do tratamento, pode ser local ou sistêmico (a distância).
