A cirurgia é o tratamento padrão para pacientes com câncer de mama localizado, e atualmente não há alternativa de tratamento local que possa substituir a cirurgia com intenção curativa. Portanto, pacientes que não são candidatos à cirurgia (por exemplo, devido à idade avançada ou comorbidades significativas) são tipicamente tratados com terapia sistêmica paliativa de primeira linha.
Neste estudo, os autores investigaram uma coorte retrospectiva de 57 pacientes com câncer de mama não operáveis que receberam tratamento com radioterapia estereotáxica locorregional (SBRT) com doses de 35 a 40 Gy em 5 frações entre 2014 e 2021.
As causas para a não realização da cirurgia incluíram tumor irressecável (10%), recusa do paciente (18%), inoperabilidade médica (35%) e doença metastática (37%). A incidência cumulativa de falha local em dois anos foi de apenas 11,4%. A toxicidade de grau ≥3 foi de 6,5% em pacientes tratados com a técnica de IMRT, e todos os casos consistiram em radiodermite.
Os autores concluíram que SBRT do tumor primário de mama foi associada com excelente controle local e um perfil de toxicidade favorável. Isso destaca a radioterapia ablativa como uma opção de tratamento atrativa e não invasiva para pacientes inadequados para ressecção tumoral. Além disso, um ensaio clínico de fase 1 com escalonamento de dose (NCT03585621) está em andamento para determinar prospectivamente a dose ideal e o perfil de toxicidade da SBRT primária para câncer de mama.
Referência: Daniel Moore-Palhares et al. Practical Radiation Oncology. 2023. Artigo disponível em: https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(23)00346-6/abstract
Dr. Daniel Moore
Clinical fellow em Radioterapia do Hospital Sunnybrook da University of Toronto, Canadá