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Radioterapia Ablativa como estratégia para superar a resistência TKI no NSCLC com EGFR mutado

Aproximadamente 40% dos CPNPC apresentam mutação de EGFR. O tratamento desses tumores com TKIs demonstrou melhora da SLP e da SG. Apesar dos avanços no tratamento sistêmico, a resistência adquirida à terapia alvo continua sendo um problema comum.

Foi realizado uma revisão de literatura referente aos dados de RT ablativa como estratégia nesse cenário, avaliados artigos publicados de 01/10 a 03/22.

Estudos pré-clínicos sugerem que a radiação ionizante reduz a resistência ao TKI. Vários ensaios randomizados definiram o papel para SBRT no tratamento de CPNPC oligometastático, mostrando ganho em SLP e SG. No cenário de oligoprogressão, o uso de terapias locais para tratar sublones tumorais resistentes, pode estender a duração do benefício da terapia sistêmica e melhorar a SLP.

Cerca de 70% dos indivíduos com CPNPC desenvolvem metástases intracranianas, sendo mais comuns em pacientes com mutação de EGFR. Os TKIs de 1ª e 2ª geração não penetram a barreira hematoencefálica, apenas os de 3ª geração. O Osimertinib se mostrou eficaz contra metástases no SNC com altas taxas de resposta. A WBRT, muito usada nesses casos, pode levar a declínio cognitivo, sendo a SRS uma excelente opção para doença intracraniana limitada.

O momento ideal para SBRT/TKI permanece desconhecido. Enquanto alguns estudos relatam apenas toxicidades leves, outros mostram aumento de pneumonite grave com a associação de SBRT e TKI. Dado que a meia-vida da maioria dos TKIs é menor que 48 h, interromper a terapia 2 a 4 dias antes do início da RT pode ser uma boa estratégia. No caso de metástases cerebrais o perfil de toxicidade parece aceitável para associação de SRS e TKI.

Com base nessa revisão, a SBRT nos locais de progressão de doença é seguro e viável e resulta em aumento do CL, impede que subclones tumorais resistentes a TKI semeiem novos tumores e permite que os pacientes continuem a terapia alvo.


Dra. Lorraine de Souza Juri
Médica Rádio Oncologista do Hospital Santa Rita de Cássia e Instituto de Radioterapia Vitória – ES

ECR

RT 2030