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Pode-se omitir a radioterapia em linfoma de Hodgkin desfavorável com PET-CT negativo pós- quimioterapia? Estudo HD17

O tratamento padrão para linfoma de Hodgkin desfavorável atualmente é a realização de tratamento sequencial de 4 ciclos de quimioterapia e posterior radioterapia de consolidação.

Para investigar se a radioterapia de consolidação pode ser omitida em pacientes com linfoma de Hodgkin desfavorável foram randomizados 1100 pacientes com estádio I ou II desfavorável, excluindo-se estádio IIB com doença bulky ou acometimento extranodal. Trata-se de um estudo de não inferioridade que comparou: o tratamento combinado de 2+2(eBEACOPP+ABVD) seguido de radioterapia involved-field 30Gy e o mesmo esquema de quimioterapia seguido por radioterapia apenas naqueles pacientes que apresentaram PET positivo após os quatro ciclos de quimioterapia.

A sobrevida livre de progressão em 5 anos foi de 97,3% no grupo de tratamento padrão e 95,1% no grupo de tratamento guiado pelo PET-CT. A sobrevida global em 5 anos entre os dois grupos foi semelhante 98%. O efeito adverso agudo mais comum da radioterapia foi disfagia grau 3-4, encontrada em 6% do grupo padrão e 2% no grupo do tratamento guiado pelo PET-CT.

Apesar do estudo demonstrar resultados semelhantes nos desfechos de sobrevida livre de progressão e sobrevida global mesmo com a omissão da radioterapia, deve-se notar que a quimioterapia utilizada foi a associação de eBEACOPP e ABVD, que segundo o estudo HD14 apresentou aumento de toxicidade aguda comparada ao esquema de 4 ciclos de ABVD.

A íntegra do artigo está disponível no link: https://www.thelancet.com/journals/lanonc/article/PIIS1470-2045(20)30601-X/fulltext?rss=yes

Dr. Igor Rebouças Castro
Rádio-Oncologista
Liga Norteriograndense contra o Câncer – Natal-RN

ECR

RT 2030