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Meta-análise de Radiocirurgia Estereotáxica Pré-operatória para Metástases Cerebrais (MaPStar-BM)

O papel da radiocirurgia estereotática pré-operatória (RCIR pré-op) permanece em investigação para metástases cerebrais (MC) e suas vantagens em relação a radiocirurgia estereotática pós-operatório (RCIR pós-op) são controversas.

Objetivos: avaliar os desfechos de tratamento do RCIR pré-op e, quando possível, foi feita uma comparação com a RCIR pós-op.

Métodos: Foram identificados estudos elegíveis em Medline, Embase e Cochrane até abril de 2022. Seguimos as diretrizes Prisma e MOOSE. Considerou-se significativo um valor p < 0,05.

Resultados: Foram incluídos 9 estudos retrospectivos, com um total de 635 pacientes (seguimento mediano de 15 meses) tratados com RCIR pré-op. As taxas de recorrência local (RL), falha cerebral a distância (FCD), radionecrose (RN) e disseminação leptomeningeal (DLM) e sobrevida global (SG) em 1 ano foram de 12,4% (IC 95%: 8-16%), 37,37.0 5% (IC95%: 32-42%), 2,4% (IC95%: 0-5%), 3,6% (IC95%:2 -5%) e 58% (IC95%: 54-62%) respectivamente. Três estudos compararam RCIR pré-op (n=145) com RCIR pós-op (n=229). O risco relativo (RR) para RL, FCD, RN, LMD e SG foi de 1,26 (IC95%:0,79- 2, I2=0%, p=0,324), 0,8 (IC95%:0,54 – 1,1, I2=0%, p=0,264), 0,34 (IC95% 0,13 – 0,89, I2=21%, p=0,029), 0,32 (IC95%:0,11 – 0,87, I2=21%, p=0,026) e 0,99 (IC95%:0,82 – 1,2, I2=0%, p=0,99).

Conclusão: A RCIR pré-op produziu taxas aceitáveis de LR, FCD e SG. Comparando RCIR pré-op com RCIR pós-op, observou-se diferença significativa em favor do RCIR pré-op com menor risco relativo para RN e DLM. Esses resultados apoiam a investigação contínua para selecionar melhor os pacientes que podem se beneficiar da RCIR pré-op como uma opção superior ao RCIR pós-op.

Dra. Ianara Brasil
Médica HC-FMRP USP

ECR

RT 2030