Científicas Notícias

Nota sobre Vacina de Dengue e Radioterapia

O Brasil está enfrentando um sério surto de dengue no início deste ano e um dos tópicos mais discutidos recentemente é a nova vacina contra a dengue e a possibilidade de sua administração durante o tratamento oncológico.

A vacina é formulada com vírus vivo atenuado, o que significa que em pacientes com sistema imunológico comprometido, pode causar efeitos adversos mais intensos e tardios (entre 5 a 20 dias após a aplicação). Por essa razão, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) desaconselha sua utilização durante o tratamento oncológico com quimioterapia.

A Radioterapia é uma modalidade de tratamento local, ou seja, os efeitos colaterais normalmente tendem a se relacionar mais com a topografia do tratamento, por isso quando o paciente está em tratamento radioterápico exclusivo (sem a associação de quimioterapia, imunoterapia ou outros agentes oncológicos) a vacina poderá ser indicada na maioria dos casos. Em alguns tratamentos de radioterapia em região de pelve, tórax, neuroeixo ou em que haja grande irradiação de tecido ósseo, podem reduzir a imunidade, e nesses casos não se recomenda a vacinação.

A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) recomenda que a decisão de aplicar a vacina contra a dengue em pacientes em tratamento exclusivo de radioterapia seja cuidadosamente ponderada com o Rádio-Oncologista assistente, considerando o risco e o benefício de cada caso, a topografia e efeitos adversos do tratamento, a incidência de casos de dengue na região em que vive o paciente e bem como os riscos associados para as formas graves da dengue (Tipo C e D).

Lembrando que existem outras maneiras de proteção para o grupo, especialmente na população que não poderá ter acesso a vacina, como controle rigoroso de criadores de mosquitos, uso de repelentes, uso de proteções mecânicas contra a entrada do mosquito no domicílio entre outras.

Tags

ECR

RT 2030