O estudo, liderado pela Universidade de Toronto, publicado em julho de 2021, visou avaliar os resultados de longo prazo da radioterapia pélvica com boost integrado (SIB) em próstata em pacientes portadores de câncer de próstata (CAp) de alto risco. Trabalho de fase II usando 45 Gy em 25 frações em pelve com SIB de 67.5Gy em próstata com deprivação hormonal (ADT). Eram incluídos CAp, cT3, PSA > 20 e <100 ng/ml ou Gleason > 8, permitindo duas técnicas de tratamento, 3D em pelve e boost com IMRT em próstata, ou IMRT em fase única. As variáveis analisadas foram sobrevida livre de recorrência bioquímica, falha local, metástase a distância, toxicidades tardias gastrointestinais e genitourinários Grau 2 e 3.
230 pacientes foram analisados (2004/2010) com um seguimento mediano de 11.2 anos A maior parte dos pacientes tinha gleason >8 (66%), T2 (43%) e PSA > 20 ng/ml e cerca de 2/3 dos pacientes usaram ADT por mais de 2 anos (mediana de 30.4 meses). A incidência de falha bioquímica foi de 15%, 33.4% e 35.3% em 5, 10 e 13 anos, respectivamente. A falha a distância foi de 6.6% em 5 anos, 16.5% em 10 anos e 21% em 13 anos, com uma sobrevida global de 92.9%, 76.3% e 16.5% em 5, 10 e 13 anos respectivamente. O uso de ADT por 12 meses aumentou o risco de morte, quando comparado àqueles que usaram por mais de 24 meses bem como PSA nadir > 0.1. As toxicidades GU ou GI > 3 foram de 7.5% e 2.3% em 5 anos.
Com isso, a radioterapia pélvica com SIB hipofracionado em CAp de alto risco é uma alternativa segura e viável, especialmente em tempos de pandemia.
O artigo completo pode ser consultado no link: https://www.thegreenjournal.com/article/S0167-8140(21)06661-5/fulltext
(Elective pelvic nodal irradiation with a simultaneous hypofractionated integrated prostate boost for localized high risk prostate cancer: Long term results from a prospective clinical trial)
Dr. Allisson B. Barcelos Borges
Médico Rádio-Oncologista – Hospital DF Star – Rede D´Or – Brasília-DF
