Uma análise do NRG Oncology fase III NRG-GU003, comparou a radioterapia pós-operatória hipofracionada no leito da próstata (HYPORT) à radioterapia pós-prostatectomia convencional (COPORT).
Foram randomizados 296 pacientes: 144 homens no braço HYPORT e 152 no COPORT. A dose de HYPORT foi de 62,5 Gy em 25 sessões versus 66,6 Gy em 37 sessões no braço COPORT. A radioterapia pélvica não era permitida, enquanto os pacientes poderiam ter realizado tratamento com ADT.
No final da radioterapia, os escores médios (EPIC) de alteração geniturinária de HYPORT e COPORT não foram nem clinicamente, nem estatisticamente significativos diferentes e permaneceram em 6 e 12 meses após o tratamento. Os escores médios de alteração gastrointestinal do HYPORT e do COPORT foram ambos clinicamente e estatisticamente significativos diferentes no final da radioterapia; no entanto, essas diferenças foram resolvidas em 6 e 12 meses após o tratamento.
Com um acompanhamento médio de 2,1 anos, não houve diferença entre HYPORT vs COPORT para falha bioquímica (taxa de 2 anos: 12% vs 8%, P = 0,29) ou falha local (taxa de 2 anos = 0,7% vs 0,8%, P = 0,35).
Os autores do estudo concluíram, HYPORT não é inferior ao COPORT em termos de toxicidade geniturinária ou gastrointestinal.
O estudo necessita de maior tempo de seguimento para mudar a prática clínica, mas foi um passo importante mostrar que não há diferença em toxicidades tardias entre os esquemas convencional e hipofracionamento.
Dr. Igor Martinez
Onkosol – Cabo Frio