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Mulheres na Medicina

Da Idade Média – quando mulheres envolvidas com a “arte de curar” eram queimadas na fogueira – até os dias atuais, muito mudou em relação à participação feminina na Medicina. Embora com uma aceitação crescente e atuação cada vez mais ampla, dados da Pesquisa Demográfica Médica no Brasil 2018, realizada pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) com apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) mostram que o número de mulheres exercendo a Medicina está em crescimento, mas a diferença na remuneração entre os gêneros, mesmo quando homens e mulheres ocupam as mesmas posições, ainda é bastante significativa. As diferenças salariais não se restringem ao nosso país, sendo também relatadas em outros estudos internacionais. Além disso, segundo a pesquisa, mais homens assumem cargos de liderança que mulheres.

Para debater a participação das mulheres na Oncologia, no dia 26/10/19 aconteceu o “Café da Manhã com Especialistas: Atuação Feminina na Medicina Oncológica”, na programação da 2a Semana Brasileira da Oncologia. As apresentadoras foram: Dra. Angelita Habr Gama, Professora Titular de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP e Cirurgiã no Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Dra. Lilian Faroni, Rádio Oncologista da Américas Oncologia; Dra. Clarissa Baldotto, Oncologista Clínica Rede D’Or; Dra. Angélica Nogueira Rodrigues, Pesquisadora e professora adjunta da Faculdade de Medicina da UFMG e Clínica DOM; e Dra. Clarissa Mathias, do Núcleo de Oncologia da Bahia e Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (2019-2021).

Cada uma das apresentadoras falou de suas experiências, dificuldades, machismo, tratamento diferente, assédio, maternidade, carreira, pressão social, medos e planos. A plateia foi convidada a questionar ou falar da sua perspectiva. Dra. Lilian Faroni fez uma síntese do que foi a mesa de debate, que considerou uma experiência maravilhosa: “A gente conversou sobre filhos, sobre como administrar “ser mãe” e “carreira”, e os desafios que a gente enfrenta por ser mulher, assédio; foram discutidos vários temas… E a Dra. Angelita deu um show, contando um pouco da experiência dela, ela que foi uma das pioneiras da cirurgia, uma mulher cirurgiã no Brasil, e eu espero que para os próximos anos isso se repita; eu acho que conversar sobre esses temas ajuda a gente a se sentir mais segura e mais forte”.

A mensagem que fica é de que as mulheres não estão sozinhas nessa luta, que não se intimidem ou desanimem diante dos desafios e que devem seguir adiante apesar das dificuldades e tratamento diferenciado que recebem. O assunto está sendo cada vez mais debatido e falar a respeito é um passo fundamental para que as melhorias ocorram. As próximas edições dos Congressos da SBRT e da Semana Brasileira da Oncologia deverão tratar novamente desse tema e da representatividade das minorias.

Parabéns pela iniciativa!


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