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Estudo avalia custo-efetividade do tratamento da neoplasia de colo uterino no Brasil com protocolo de preservação do órgão

Um estudo publicado na revista Clinical Oncology pelo médico radio-oncologista, Dr. Lucas Mendez e colaboradores brasileiros e canadenses, avaliou o custo-efetividade do tratamento da neoplasia de colo uterino no Brasil baseado em protocolo de preservação de órgão com radioterapia e quimioterapia. O estudo considera que cerca de um terço das pacientes não recebem o tratamento adequado proposto, o que totaliza aproximadamente 4 mil mulheres ao longo do período do estudo, estimando assim o custo anual incremental do tratamento em cerca de US$13 milhões.

A neoplasia de colo de útero possui alta incidência e prevalência no país, sendo considerado um importante problema de saúde pública, devido ao caráter preventivo pela vacinação contra o HPV, o baixo nível socioeconômico das pacientes, e pela dependência, em sua maioria, do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar o tratamento.

O estudo estima que o valor econômico do tratamento é de US$ 388,00 por ano/vida salva para o acesso universal à radioterapia e de US$ 429 para quimioradioterapia. Tendo como referência que o tratamento aumenta a expectativa de vida em cerca de 20 anos para cada paciente, os valores se traduzem em custo por vida salva de US$ 7.942 para Radioterapia e US$ 8.774 para Radioquimioterapia. A perda financeira líquida para a população brasileira, devido à escassez de radioterapia e radioquimioterapia, foi estimada em US$ 48,9 milhões e US$ 55,4 milhões, respectivamente.

Assim, o estudo conclui que a falta de disponibilidade de radioterapia no SUS para tratamento de câncer de colo uterino reduz, significativamente, o tempo potencial de vida (média de anos perdidos pela morte prematura) e,além disso, a falta de tratamento é mais onerosa ao SUS do que o gasto com o mesmo, decorrente do grande impacto da perda financeira associada a mortes precoces. Estes dados reforçam a tese de que o investimento em ampliação do acesso e custeio da radioterapia, além de salvar vidas, tem um melhor custo-efetividade ao Brasil.

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RT 2030