Trata-se de um guideline para fornecer orientações sobre SBRT para metástases na coluna.
As metástases ósseas são locais frequentes de disseminação tumoral e causam prejuízo na qualidade de vida. O avanço no diagnóstico e tratamento das metástases melhorou a sobrevida e as terapias locais deixaram de ter papel apenas na paliação a curto prazo para o controle de sintomas ou da doença a longo prazo.
Recomendações:
- Doses de SBRT: 1x20Gy, 1x24Gy, 2x12Gy, 3x10Gy e 5x7Gy. Controle local (CL): 80 a 90% em 1–2 anos
- Abordagem fracionada com 2x12Gy é a dose paliativa preferida
- Se o alívio da dor e qualidade de vida forem os principais objetivos, a SBRT de fração única com 16 ou 18 Gy não é uma alternativa à Radioterapia paliativa convencional (1x8Gy)
- Na oligometástase, cirurgia e SBRT otimizam o CL e os resultados funcionais
- SBRT com imunoterapia/droga alvo tem um risco aumentado de toxicidade
- Doses altas de SBRT em fração única (>20 Gy) estão associadas a altas taxas de CL, com maior risco de fratura
- RM é a modalidade preferida para avaliar o CL
- Cuidado com as toxicidades clinicamente relevantes, mas menos comuns, como plexopatia
- Posicionamento: posição supina reproduzível, considerar máscara termoplásica para lesões acima da junção cervictorácica
- Simulação com TC de espessura ≤ 1,5 mm com fusão com RM (T1 e T2). Margem GTV/CTV para PTV ≤ 3 mm, com margem mínima de PTV de 1 mm
- Técnica de intensidade modulada, priorizando a preservação de órgãos em risco (medula, esôfago) em detrimento da cobertura do alvo
- Verificação de imagem deve ser realizada antes de cada sessão e a imagem intrafração é recomendada
- Avaliar a estabilidade da coluna (score SINS) e envolvimento epidural pré-SBRT
- SBRT não é recomendado na compressão medular sintomática
- Uso profilático de esteroides não é recomendado devido ao baixo risco de exacerbação da dor pós-SBRT
- SBRT fracionada não está associada a risco aumentado de fratura
SBRT da coluna ainda é um campo em evolução e ensaios clínicos prospectivos são necessários.
Artigo disponível em: doi 10.1016/j.radonc.2023.109966
Dra Hebe Mendes
Radio-oncologista
Grupo Oncoclínicas – Radiocare e Radiar