Próstata

Prostatectomia radical versus radioterapia estereotáxica para câncer de próstata clinicamente localizado: resultados do pace-a ensaio randomizado

O câncer de próstata localizado pode inicialmente ser tratado com cirurgia, radioterapia ou vigilância ativa, tratamentos com desfechos equivalentes em sobrevida global conforme o estudo do Protect trial. O paciente portador de neoplasia de próstata possui um papel importante na decisão terapêutica e deve ser exposto às vantagens e desvantagens de cada terapia e os efeitos colaterais associados. Visando isso, o estudo PACE-A buscou avaliar os resultados de qualidade de vida após radioterapia corporal estereotáxica (SBRT) em comparação à prostatectomia, sendo o primeiro ensaio clínico randomizado fase 3 a realizar esta comparação. Ao contrário de ensaios anteriores, o PACE-A avaliou opções de tratamento moderno como SBRT e prostatectomia robótica.

Os participantes elegíveis deveriam ser homens com câncer de próstata localizado em estágio inicial, clinicamente aptos para prostatectomia, com adenocarcinoma de próstata confirmado histologicamente, de risco baixo a intermediário, sendo estadiados por meio de ressonância magnética da pelve. A terapia de privação androgênica não foi permitida.

Os desfechos co-primários foram resultados relatados pelo paciente (PROs) do questionário EPIC-26, número de absorventes por dia e toxicidade intestinal em 2 anos. Os desfechos secundários incluíram toxicidade relatada pelo médico e PROs adicionais.

No total, 123 homens foram randomizados (60 submetidos à prostatectomia e 63 ao SBRT) de agosto de 2012 a fevereiro de 2022. Os participantes tratados com SBRT relataram continência urinária estatisticamente melhor e menos incômodo sexual aos 2 anos do que os pacientes que foram submetidos a prostatectomia. No entanto, o SBRT foi associado a pior incômodo intestinal do que a prostatectomia.

No estudo, houve discordância entre a toxicidade geniturinária e gastrointestinal relatada pelos pacientes e descritos nos relatórios dos médicos, sendo baixas em ambos os braços na descrição médica, enfatizando o risco de sintomas subnotificados. Considerando a toxicidade uma medida de resultado importante, os PROs devem ser um componente-chave de ensaios futuros.

Em última análise, os resultados de PACE-A são essenciais para orientar decisões de tratamento centradas no paciente, permitindo que médicos e pacientes selecionem as opções que melhor se alinhem às preferências individuais e às considerações de qualidade de vida.

Dra Camila de Oliveira Rodrigues

Médica radio-oncologista do Hospital Porto Dias, Hospital Ophir Loyola

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