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SBRT apresenta estudo de custo de radioterapia e ferramenta de gestão de custos destinada a contribuir com a qualidade e crescimento dos serviços

No último dia do Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia, em 18 de agosto, a entidade mostrou  o estudo de custo de radioterapia realizado com apoio de consultoria especializada. O mesmo que foi apresentado pelo presidente da SBRT, Arthur Accioly Rosa, na reunião com o Conselho Consultivo de Câncer do Ministério da Saúde (Consinca), em junho deste ano.

Na mesa para apresentar o trabalho, solucionar dúvidas e ouvir sugestões da plateia, estavam o radioterapeuta Marcus Simões Castilho, da SBRT, assim como Silvério Marinho Bacelar Dias e Mateus Alves, ambos da consultoria especializada contratada para o projeto. O objetivo do trabalho foi estabelecer um parâmetro de funcionamento de serviços de radioterapia com estrutura mínima necessária, de acordo com as normas técnicas de itens essenciais que são estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O setor vive um momento muito crítico, entre outros aspectos,  porque o último reajuste da tabela de radioterapia pelo SUS ocorreu em 2010.  Com isso, o impacto negativo na sustentabilidade da prestação de serviços da especialidade à população por meio do SUS é preocupante, pois, no período, houve cerca de 60% de inflação pelo IPC-A e 110% de variação cambial do dólar.

Foram considerados no estudo três exemplos de serviços com capacidade de atender diferentes níveis de complexidade – com um equipamento 2D e 3D; com dois equipamentos IMRT; e dois equipamentos IMRT e IGRT  – e quatro grupos de insumos – ativos, serviços de terceiros, insumos e pessoal. A quantificação e precificação foi realizada com base em uma pesquisa com serviços de radioterapia de todo o país. “Enviamos 50 questionários e recebemos 30 respostas. Os dados foram diretos para a consultoria para preservar o sigilo”, explicou Marcus.

Além disso, foram quantificados o número de profissionais – médicos e físicos -, considerando oito horas de trabalho por dia. Também foram estabelecidas premissas de funcionamento e volume de procedimentos. Foram consideradas 16 horas de funcionamento e 100% de ocupação.

A situação é muito preocupante porque seis entre dez pacientes diagnosticados com câncer no Brasil terão, em algum momento, a indicação de radioterapia.  Além da crise financeira, o setor convive no sistema público com número insuficiente de aceleradores lineares, 40% inferior ao necessário. Igualmente grave é a situação dos equipamentos existentes no SUS. De acordo com levantamento da SBRT, os aceleradores estão sucateados e distribuídos de forma desigual entre os Estados. Mais da metade dos aparelhos (55%) estão na região Sudeste.

Outra parte da exposição foi dedicada a apresentar  a primeira versão da Planilha de Custo Padrão da Radioterapia, uma ferramenta de gestão de recursos que, em breve, estará disponível para os associados da SBRT. Com essa planilha, clínicas de radioterapia de todos os portes podem inserir seus dados de ativos, insumos e serviços, entre outros solicitados, e ter calculado automaticamente, uma avaliação de custos de sua empresa. A Planilha de Custo Padrão da Radioterapia fornece subsídios para fazer um planejamento com vistas ao crescimento e qualidade dos serviços prestados.

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RT 2030