Em estudo recém-publicado na revista JAMA Oncology, um grupo de experts, discute o uso de radioterapia estereotática ablativa (SBRT ou Radiocirurgia) para tratamento moderno de metástases espinais.
Os objetivos do estudo foram de responder a seguintes questões:
- O que é considerado na tomada de decisões relativas ao manejo de metástases espinais?
- Como é feita a seleção de pacientes para terapias mais radicais e como essa pode ser personalizada?
- Quais os desfechos esperados com o uso de uma abordagem especializada e multidisciplinar no tratamento de metástases espinais?
- Qual o futuro do tratamento de paciente com metástases espinais?
O estudo descreve os resultados de 59 publicações únicas com 5655 pacientes submetidos a SBRT para o tratamento de metástases espinais.
Quatro grandes frameworks usados na tomada de decisão e tratamento de pacientes com metástases espinais foram criticamente avaliados.
O uso de SBRT para metástases espinais foi associado a:
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- taxas de controle local em um ano de aproximadamente 90% no cenário denovo (primeira apresentação), superior a 80% no cenário pós-operatório e maior que 65% no cenário de re-irradiação.
- O efeito adverso mais discutido foi o desenvolvimento de fratura por compressão vertebral com taxas variáveis, comumente relatada como sendo de aproximadamente 10% a 15%.
Os autores também descrevem conceitos como o uso de SBRT em conjunto com imunoterapia para potencializar a resposta tumoral local e à distância (imunomodulação). Além disso, houve a descrição de doença oligometastatica, em que, pacientes com um baixo volume da doença metastática podem se beneficiar do uso de SBRT para tratamento com intenção radical.
Finalmente o estudo promove um guia prático para uso de SBRT para o tratamento de metástases espinais, discutindo de forma ampla e clara os pontos necessários para o oncologista moderno tratar seus pacientes baseado em uma abordagem inovadora, eficaz, segura e personalizada.
O artigo na integra encontra-se disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamaoncology/fullarticle/2757845
Por:
Fabio Y. Moraes
Professor Assistente – Radio-Oncologia
Queen’s University
Doutorando Hospital Sírio-Libanes
Gustavo N Marta
Médico Titular – Radio-Oncologia
Hospital Sírio-Libanes
ICESP – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo